15/01/2010

Extraterrestres


Gosto de cachorros. Até já tive cachorro quando era criança. Chamava-se Paddy e uma vez até, minha mãe, que trabalhava no Moinho Santista, emplacou um pulôver de cachorro com o nome dele bordado em uma propaganda. Eu gostei, ele nem ligou.

Gosto de cachorro, mas não tenho um. Tenho um gato, melhor dizendo, uma gata, chamada Mel. Não tenho porque minha casa não comporta e, desconfio, minha gata não suporta. É verdade que muita gente tem cachorro em apartamento, portanto seria possível ter um em minha casinha. Para isso, no entanto, teria que levá-lo passear duas vezes por dia, ou suprema humilhação, pagar alguém para fazer isso.

Aí está o xis da questão.

Cachorros não são como gatos. Gatos são autolimpantes e enterram seus dejetos. Cachorros não. Precisam sair às ruas para fazer suas necessidades e gastar energia. E como cachorro tem energia. Os gatos dormem dezesseis horas por dia. Antigamente não havia problema, os cães, assim como os gatos, viviam soltos, saíam a se aventurar pelas ruas e depois voltavam felizes, belos e faceiros, salvo um ou outro acidente. O Paddy, por exemplo, uma vez em que um entregador de mercearia se distraiu, bifou um quilo de filé-mignon do coitado.

Mas divago. O que queria dizer é que se extraterrestres por acaso viessem nos espiar e nos vissem passeando cachorros pelas ruas, andando atrás deles e recolhendo seus dejetos com saquinhos plásticos, qual você acha que eles concluiriam ser a raça dominante?

Os ETs provavelmente vêem as pessoas, os cachorros e seus cocôs, a desgraceira que os cães estão fazendo dessa nossa Terra e resolvem esperar outros tantos milhares anos até vir dar uma checada novamente, prá ver se já tomamos jeito.

Na minha opinião a maior prova de que existe vida inteligente fora do nosso planeta é que eles não descem.