16/12/2007

03h14min – Quarta-feira


Saiu de dentro do lago Paranoá vindo da noite escura.
Vestia um macacão de borracha, snorkel, máscara e um relógio preto de mergulhador, no pulso direito.
Ficou agachado por uns instantes na margem deserta observando atentamente uma casa.
A seguir tirou a máscara, o respirador acoplado, e a roupa de borracha negra. Guardou os apetrechos junto a um arbusto.
Abaixo do calção, também negro, preso à coxa direita, trazia um punhal embainhado.
Com passadas largas e silenciosas foi em direção a casa, entrou pelo jardim e se deteve por um minuto junto a uma porta de vidro lateral. Abriu-a com aparente facilidade.
Uma vez dentro da mansão, dirigiu-se sem hesitar para um cômodo no segundo andar. No silêncio da noite, abriu felinamente a porta e aproximou-se da cama. Os pêlos do tornozelo dele grudaram na colcha de chenile.
Ele olhou fixamente para a figura que dormia na cama enquanto sua mão se dirigia ágil para o punhal.
Isso vai ser um prazer, pensou.